A desconstituição de procedimentos estéticos, incluindo a remoção de harmonizações faciais e a explantação de implantes de silicone, figura entre as instruções por figuras públicas ao longo do tempo. Um especialista no assunto aborda o impacto dessas decisões no imaginário coletivo, elucidando como tais ações reverberam no comportamento e nas escolhas estéticas do público geral.

No alvo deste ano, após um período de recolhimento, um notável Gkay retornou ao cenário público, trazendo reflexões profundas sobre os ensinamentos adquiridos após enfrentar episódios de cancelamento. Em sua reaparição, um aspecto peculiar atraiu olhares: a influenciada havia revertido diversas harmonizações estruturais, procedimentos que, à época de sua realização, geraram amplas críticas nas plataformas digitais. Embora a opinião alheia não deva prevalecer sobre o autojulgamento, Gkay observa que, talvez, tenha ido além do necessário.

Neste contexto, o ano em curso testemunhou um debate intensificado sobre temas complexos como a realidade da maternidade, relações tóxicas e abusivas, e até intervenções cirúrgicas menos discutidas, como as anais. Uma reflexão sobre o anseio pela perfeição estética e os subsequentes retornos enriqueceu essa narrativa, posicionando 2023 como o ano do retorno ao real e ao natural.

Dessa forma, a Plástica dos Famosos adota uma postura reflexiva, promovendo uma retrospectiva dos indivíduos notáveis ​​que optaram por reverter procedimentos estéticos ao longo deste ano ou que compartilharam suas experiências de forma transparente, mesmo que tais procedimentos datam de períodos anteriores.

Reversão de harmonizações aparentes

Gkay relembra antes e depois de harmonizações — Fonte de reprodução: Instagram

Gkay revelou que, após tomar consciência do excesso em suas harmonizações aparentes, decidiu fazer todos os procedimentos. Ela expressou uma nova percepção de si mesma, confirmando a beleza em sua essência mais natural e afirmando não necessitar da multiplicidade de intervenções estéticas buscadas anteriormente. Sua confissão ressoa uma satisfação com os danos recuperados.

Da mesma forma, Gabi Martins e Mariana Goldfarb compartilharam experiências de desfazer substâncias aplicadas em harmonizações superficiais. Ambas retomaram o assunto neste ano, convergindo na expressão “Eu não me reconhecia mais” para sintetizar suas motivações para a busca pela naturalidade. Elas descreveram um estranhamento ao se depararem com suas imagens refletidas, uma desconexão com as características próprias que levaram a reverter tais procedimentos.

Essas narrativas acontecem paralelamente à experiência de Lucas Lucco, que em 2020 embarcou no processo de naturalização ao constatar uma perda de identidade e um impacto negativo em sua autoestima, a ponto de afetar sua capacidade de se considerar em selfies. Tal arrependimento ecoa os sentimentos de Gkay, Gabi, e Mariana.

Todos eles, incluindo Lucas, relatam um profundo contentamento com a decisão de abraçar uma aparência mais natural, destacando uma jornada de retorno ao essencial e ao autêntico que transcendem as expectativas e pressões estéticas contemporâneas.

Lucas Lucco: antes e depois do processo de retirada de harmonizações —  Fonte de reprodução: Instagram

Recentemente, o ex-BBB Rodrigo Mussi empreendeu uma jornada de reversão de procedimentos estéticos. Mussi esclareceu que sua decisão pelas harmonizações atmosféricas foi motivada pela perda significativa de 40 quilos, consequência de um grave acidente automobilístico ocorrido em 2022. Com o passar do tempo e a recuperação do peso anteriormente perdido, notou-se uma remoção das substâncias injetadas, conferindo ao seu rosto uma configuração mais indireta do que o desejado, impulsionando-o a buscar a retirada desses procedimentos a fim de restaurar sua aparência natural.

Em um relacionamento paralelo, outro ex-BBB, Eliezer, também tomou a decisão de desfazer as harmonizações básicas às quais se submetiam ao longo dos anos. Eliezer participou que a escolha por múltiplas intervenções estéticas foi fortemente influenciada por pressões externas. Contudo, ao confrontar essa realidade, optou por iniciar seu próprio processo de naturalização, rejeitando as modificações anteriores em favor de uma expressão mais autêntica de sua identidade visual. Essas decisões sublinham um movimento crescente de reconexão com a essência individual, distanciando-se das normas estéticas impostas.

Eliezer ironiza excesso de harmonizações no próprio rosto —  Fonte de reprodução: Instagram

Explante de silicone

Isabeli Fontana — Fonte de reprodução: Instagram

No decorrer de 2023, a renomada modelo Isabeli Fontana tomou uma atitude decisiva de remover sua prótese de silicone, um elemento que fez parte de sua vida por duas décadas. Durante esse extenso período, Fontana se submeteu a sete intervenções cirúrgicas, nas quais o objetivo inicial sempre foi pautou na retirada da prótese. No entanto, em cada ocasião, os profissionais médicos foram persuadidos a apenas alterar o tamanho das mesmas. Este ano, no entanto, Isabeli resolveu retirar firmemente a prótese, uma decisão que, segundo ela, culminou em um aumento significativo de sua autoconfiança no âmbito profissional.

A escolha de Isabeli Fontana de fazer o explante ecológico das ações de outras celebridades, como Manu Gavassi, Giovanna Antonelli, e Carolina Dieckmann, que também aproveitaram 2023 para compartilhar suas experiências com o processo, mesmas aquelas que o realizaram anos atrás. Esses relatos são relatados para um interesse observado em uma pesquisa recente da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética, que aponta um crescimento de 33% no número de remoções de próteses de silicone nos últimos anos.

O papel das redes sociais nessa tendência de reversão de procedimentos estéticos não pode ser subestimado. Em entrevista ao g1, Dieick de Sá, biomédico especializado em aprimoramento estético, mencionou que as redes sociais têm uma parcela de responsabilidade no incentivo ao excesso de harmonizações. Segundo ele, a busca por um rosto mais marcado e projetado foi amplamente motivada pelos filtros do Instagram, que promovem um ideal de pele perfeita e traços impecáveis, refletindo na crescente demanda por procedimentos estéticos que agora muitos optam por reverter.

Este estímulo conduziu a um aumento na procura por procedimentos estéticos, levando as pessoas a optarem por quantidades substanciais, culminando em um cenário de excessos. Atualmente, observa-se uma mudança de comportamento, com uma inclinação menos imediatista e um crescente interesse pela naturalização, uma alternativa à popular harmonização facial, que tem registrado uma demanda significativa em nosso consultório.

A influência exercida pelas celebridades no incremento desses procedimentos é notável. O fato de personalidades públicas se submeterem a estes tratamentos em excesso desempenha um papel crucial na percepção do consumidor final, que, ao ver esses exemplos, sente-se incentivado a seguir o mesmo caminho. No entanto, tem-se percebido uma tendência à reversão desses excessos, à medida que a estética da naturalização, valorizando mais a beleza inata, passa a ser vista como mais sofisticada e genuína.

Dieick de Sá destaca que, entre as técnicas de reversão, a remoção do ácido hialurônico se destaca como a mais procurada. Na prática da harmonização, esse composto é injetado nas camadas subcutâneas para moldar contornos específicos, como o queixo, lábios, bochechas e pálpebras, promovendo o volume desejado. A busca pela eliminação desse ácido reflete o desejo crescente por um retorno à autenticidade e à expressão natural dos traços faciais.

O artigo explora um movimento crescente de desconstituição de procedimentos estéticos, destacando a reversão de harmonizações faciais e a explantação de implantes de silicone como tendências notáveis entre figuras públicas. Especialistas discutem como essas decisões impactam o imaginário coletivo, sugerindo uma mudança no comportamento e nas preferências estéticas do público, que agora valoriza mais a naturalidade. Histórias de personalidades como Gkay, que reconheceu o excesso em suas harmonizações, e Isabeli Fontana, que removeu suas próteses de silicone após duas décadas, ilustram uma jornada de retorno ao autêntico e ao essencial.

Isto não se restringe a um pequeno grupo, mas é evidenciado por várias outras celebridades e corroborado por um aumento significativo no número de pessoas optando pela remoção de procedimentos estéticos, conforme relatórios da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética. A influência das redes sociais, com a promoção de ideais de beleza inatingíveis, também é apontada como um cenário dessa tendência, levando muitos a buscar um aspecto mais marcado e projetado inicialmente, para depois perceberem a valorização de uma aparência mais natural e autêntica.

Além disso, a narrativa destaca o papel das celebridades na promoção desses procedimentos e como suas decisões de reverter tais intervenções influenciando o público geral. A busca pela naturalização, frente às pressões estéticas exacerbadas pelas redes sociais e pela cultura do imediatismo, reflete um desejo coletivo de redefinir padrões de beleza, priorizando a saúde e a proteção sobre a conformidade com ideais inalcançáveis.

Concluindo, o artigo aponta para um ponto de inflexão na cultura estética contemporânea, onde a desconstituição de procedimentos estéticos se torna um símbolo de resistência contra a pressão por perfeição inatingível, celebrando a diversidade e as desvantagens individuais. Ao mesmo tempo, ressaltamos a importância do diálogo sobre saúde mental e autoaceitação, incentivando uma reflexão mais profunda sobre as motivações por trás das escolhas estéticas e o impacto dessas decisões no bem-estar individual e coletivo.

 

 

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