A resistência dos homens brasileiros em buscar atendimento médico preventivo tem se mostrado um desafio significativo para a saúde pública. Em entrevista ao CNN Sinais Vitais, a geriatra Maisa Kairalla, do Núcleo Avançado de Geriatria do Hospital Sírio-Libanês, explicou que existe uma barreira cultural que faz com que muitos homens só procurem auxílio médico quando já estão com sintomas graves.
Segundo a especialista, essa cultura está especialmente presente em homens com mais de 70 anos, que associam a busca por cuidados médicos a sinais de vulnerabilidade ou fraqueza. “O homem brasileiro só procura o médico quando o corpo grita, que aí já é tarde”, afirma Kairalla.
Mudança de comportamento
A médica observa, no entanto, que esse cenário tem apresentado mudanças positivas nas últimas décadas. As novas gerações de homens demonstram maior abertura para conhecer e cuidar do próprio corpo, indicando uma evolução na consciência sobre saúde preventiva.
Quanto à idade ideal para iniciar os cuidados preventivos, Kairalla enfatiza que não existe um momento tarde demais – ou cedo demais. A especialista destaca que os conhecimentos atuais sobre epigenética e envelhecimento infantil demonstram a importância dos cuidados desde os primeiros anos de vida. No entanto, aponta que o período entre 40 e 50 anos é particularmente crucial para intensificar o acompanhamento médico preventivo.
