
Indispensável no campo e nocivo para saúde, Unicamp identifica presença de agrotóxicos de uso proibido na chuva
Reprodução/EPTV
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) apresenta nesta quarta-feira (17) os resultados do ciclo 2024 do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA).
Ao todo, foram analisadas 3.084 amostras de alimentos coletadas no varejo brasileiro, como supermercados, feiras e sacolões. Do total, 20,6% das amostras (636) foram classificadas como insatisfatórias, por apresentarem algum tipo de não conformidade. Entre os principais problemas identificados estão:
Resíduos não permitidos para a cultura analisada: 12,2% das amostras (375);
Resíduos acima do Limite Máximo de Resíduos (LMR): 5,6% (174 amostras);
0,1% continham agrotóxicos proibidos no Brasil;
No ciclo de 2024 do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA), a Anvisa identificou 12 amostras com potencial risco agudo para o consumidor, o que representa 0,39% do total analisado.
O risco agudo está associado ao consumo de uma grande porção de um alimento em um único dia ou refeição, quando a exposição ao resíduo ultrapassa 100% da Dose de Referência Aguda (DRfA).
As amostras com potencial risco agudo foram identificadas em três alimentos:
Uva: 6 amostras
Laranja: 5 amostras
Abobrinha: 1 amostra
Ingredientes ativos envolvidos
Segundo a Anvisa, os ingredientes ativos detectados nas amostras com potencial risco agudo foram:
Abamectina (uva – 1 amostra)
Bifentrina (uva – 1 amostra)
Carbofurano (laranja – 2 amostras)
Etefom (uva – 5 amostras)
Formetanato (abobrinha – 1 amostra)
Imazalil (laranja – 3 amostras)
Tendência de queda ao longo dos anos
A série histórica apresentada pela Anvisa mostra uma tendência geral de redução no percentual de amostras com potencial risco agudo ao longo da última década.
Entre 2013 e 2015, esse percentual era de 1,11%. Nos ciclos seguintes, houve queda progressiva, com oscilações pontuais, chegando a 0,39% em 2024, após ter atingido 0,67% em 2023.
Segundo a agência, os dados indicam uma diminuição consistente da frequência de amostras que apresentam risco agudo ao consumidor, mesmo com o aumento do escopo de alimentos e de ingredientes ativos analisados ao longo dos anos.
O que a Anvisa recomenda ao consumidor
A Anvisa informa que, entre as principais orientações para o consumidor, estão os cuidados na higienização dos alimentos.
A agência afirma que a lavagem com água corrente ajuda a reduzir resíduos de agrotóxicos presentes na parte externa dos alimentos.
O uso de bucha ou escovinha exclusiva para frutas e hortaliças também auxilia na remoção de sujeiras e resíduos superficiais.
A Anvisa destaca ainda que a higienização com solução à base de hipoclorito tem como principal função a redução de riscos microbiológicos, e não a eliminação de resíduos químicos.
O que é o PARA
Criado em 2001, o Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos é uma iniciativa conjunta da Anvisa, das vigilâncias sanitárias estaduais e municipais e dos laboratórios centrais de saúde pública. O objetivo é monitorar a presença de resíduos de agrotóxicos em alimentos de origem vegetal que chegam à mesa do consumidor brasileiro.
Atualmente, o programa analisa mais de 300 tipos de agrotóxicos em até 36 alimentos, escolhidos com base na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do IBGE, que reflete os hábitos de consumo da população. Desde a criação do programa, mais de 45 mil amostras já foram avaliadas em todo o país.
As coletas são feitas semanalmente em pontos de venda ao consumidor final, para que os resultados representem de forma mais fiel os alimentos efetivamente consumidos.
Para que servem os resultados
Segundo a Anvisa, os dados do PARA subsidiam ações de fiscalização, orientam políticas públicas de saúde e ajudam a identificar situações em que o consumo de alimentos pode representar risco à população, especialmente quando são detectados resíduos acima dos Limites Máximos de Resíduos (LMR) permitidos.
O ciclo 2024 integra o Plano Plurianual 2023–2025 do programa. Um novo ciclo de monitoramento está previsto para 2025, com ampliação do número de amostras e foco em alimentos de grande consumo no país.
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