
Por que a falta de saneamento básico é também um problema climático?
A universalização do saneamento básico ainda é exceção no Brasil, onde apenas 63 municípios estão “rumo” à meta, segundo o ranking ABES da Universalização do Saneamento 2025, obtido com exclusividade pela Globonews.
O número representa apenas 2,54% das cidades analisadas e 1,13% dos municípios brasileiros. Destas, apenas 4 não estão no Sudeste e nenhuma está na região Norte. Já 270 cidades estão dando os “primeiros passos para a universalização”.
A pesquisa, criada pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental, investigou os dados completos sobre saneamento de 2.483 cidades espalhadas por todas as regiões do país. O ranking avalia o avanço das administrações municipais com base em 5 indicadores do SINISA, Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico:
abastecimento de água;
coleta de esgoto;
tratamento de esgoto;
coleta de resíduos sólidos domiciliares;
disposição final adequada de resíduos sólidos urbanos.
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Rede Amazônica
Cada um dos indicadores tem peso igual, somando uma nota final de 0 a 500 pontos. Os municípios são classificados em quatro faixas:
Rumo ao saneamento – acima dos 489 pontos;
Compromisso pelo saneamento – entre 450 e 488,99 pontos;
Empenho pelo saneamento – entre 200 a 449,99 pontos;
Primeiros passos pelo saneamento – abaixo de 200 pontos.
Também é considerado o porte da população, com divisão entre as cidades com até 100 mil habitantes e acima de 100 mil.
Ao todo, 1.843 cidades estão na faixa de “empenho para universalização”, enquanto 307 aparecem em “compromisso com a universalização”.
Entre as capitais, Curitiba (PR) é a única que aparece na categoria máxima, enquanto Porto Velho (RO) aparece na outra ponta do estudo. Salvador (BA), São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG), Brasília (DF) e João Pessoa (PB) estão na categoria “Compromisso”.
Já entre as cidades que têm melhor desempenho, a maior parte está em território paulista. Presidente Prudente teve a pontuação máxima (500) entre os municípios com mais de 100 mil habitantes. Entre os de pequeno e médio porte, Paranapuã e Leme também gabaritaram as categorias.
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Assessoria.
O presidente Nacional da ABES, Marcel Sanches, destacou as desigualdades regionais evidenciadas pelo avanço do saneamento básico no Brasil.
“A região Norte, por exemplo, tem uma baixíssima representatividade no ranking, reflexo direto das dificuldades históricas de infraestrutura, logística e capacidade institucional daquela região. Nenhum município da região Norte, infelizmente, aparece nas faixas mais elevadas de desempenho do nosso ranking, o que evidencia a urgência de políticas públicas mais diferenciadas e sensíveis às realidades regionais”.
O tratamento do esgoto é o principal gargalo para o desempenho das cidades. Entre os que ficaram na faixa de “Empenho”, a maior parte enfrenta problemas com o tratamento.
“O Brasil precisa avançar e atingir índices melhores na cobertura e no tratamento do esgoto sanitário e também na destinação adequada do lixo doméstico, não se admitindo lixões, disposição inadequada e contaminação do solo e das águas, com as quais a gente ainda convive, infelizmente”, ressaltou Sanches.
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